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Com quem LULA está falando? 

 A aprovação do governo continua despencando

03/02/2025 às 08h01
Por: Wau MArquez
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MCF/Hortonews
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Qual é a marca do terceiro governo Lula?

Depois de dois anos de tentativa de "união e reconstrução", o governo Lula caiu na real de que o slogan gratiluz não representa o sentimento geral da nação, menos ainda na relação com o congresso eleito em sua composição, nem reflete as últimas pesquisas sobre a performance da franquia de ficção petista - Lula III, em um país repleto de rachaduras e tremores nas placas tectônicas.

A pesquisa mais recente da Genial/Quaest mostra que a maior queda de aprovação do governo está entre as pessoas de renda baixa, e pela primeira vez na região nordeste, sua base eleitoral. Três fatores são apontados pelos pesquisadores para tal resultado. Primeiro, a frustração com as promessas de campanha não cumpridas. Segundo a sequência de notícias negativas, sendo a mais recente em torno do monitoramento do PIX. Terceiro, a percepção de que a economia piorou.

Mesmo com os melhores números de queda recorde do desemprego na história e de crescimento desacreditado do PIB, aumento real do salário mínimo, façanhas essas inversamente não percebidas por mais da metade da população quando se depara com os preços nas gôndolas dos supermercados e bancas das feiras, nas bombas de combustíveis, ou no endividamento desse Brasil enrolado.

Embora pesquisas sejam um recorte circunstancial, o próprio Lula incorporou os sintomas da insatisfação crescente com o seu governo em uma de suas falas na coletiva de imprensa da última semana, quando mencionou que o povo tem "razão" e que não há como a população falar bem do executivo se o governo não está entregando. A questão é: como Lula vai reagir à impopularidade apesar do seu status de figura carismática -embora ele tenha negado- pensando na reeleição? 

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O Lula que vimos na entrevista transparece o otimismo típico e o marketing da esperança ao responder aos repórteres, fez o aceno ao mercado reforçando o controle de gastos, fez a defesa da elevação da taxa de juros da Selic pelo seu indicado a presidência do Banco Central como sacrifício necessário, argumentou sobre a inflação dos alimentos, que está longe de ser uma marolinha, rebateu as críticas do Kassab sobre Haddad, e a tensão do estrategista por espaço na Esplanada dos Ministérios, mandou recado ao Trump numa demonstração de soberania legítima, mas fora do timing, e ao final da coletiva, a impressão de muitos analistas é a de que tudo indica que teremos uma aposta no páreo da corrida eleitoral com um provável cavalo de pau.

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Sobre as emendas parlamentares, Lula respondeu dizendo que "o governo dele não tem nada a ver com as emendas", e que foi a conquista do legislativo no mandato anterior, consequência "de um governo irresponsável que não governava o país", e que agora aguarda a decisão da suprema corte, a respeito do que podemos chamar de parlamentarismo do orçamento secreto.

Desconfio que o governo Lula III tem tudo para se tornar um flashback tocado à exaustão no túnel do tempo do governo Dilma, com a mesma melodia - intervenções e controle de preços, e o uso da Petrobrás para controlar a inflação, e encontrar jeitinhos de aumentar os gastos junto com a dívida pública, que a cada meta fiscal batida só cresce!

Quem arrisca dizer que em 2026 o governo não vai abrir as turbinas da máquina pública usinada para, como disse o jornalista Carlos Andreazza, "aprovar uma PEC Kamikaze, assim como fez Bolsonaro?" O mesmo jornalista defende que o "arcabouço fiscal já nasceu morto, e que ninguém acredita na meta fiscal", e aqui aproveito para fazer um adendo anedótico - será que o Haddad também acredita a essa altura em sustentabilidade das contas públicas, com uma eleição logo ali, e a popularidade do governo em baixa? 

Com a terra em transe e a esquerda em vertigem, os índices de aprovação são um alerta, não bastasse o desempenho pífio nas eleições municipais. Partido e governo não sabem mais falar com o novo proletariado que ele mesmo criou, e a direita politizou nesses anos todos, e agora se assusta, isso quando não se ressente, com quem cospe no prato assistencialista no qual comeu e exige a fartura prometida via afeto de churrasquinho no clima de sextou durante a campanha.

A picanha está salgada, a cerveja é aguada e a batata está assando.

*Wau Marquez é escritor, jornalista e apresentador do "Hortocast"

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Renato Aparecido de PaulaHá 2 semanas HORTOLÂNDIABoa, Wau! Bem issoaí! Logo alí, à esquerda, temos a Faria Lima, e logo alí, à direita, temos a casa branca!
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Sobre o município
Hortolândia é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo. Localizado na Região Metropolitana de Campinas, a cerca de 110 km da capital do estado. Ocupa uma área de 62,224 km², sendo que 24,5341 km² estão em perímetro urbano e os 37,7 km² restantes constituem a zona rural. De acordo com o Censo 2022, a cidade tem 236.641 habitantes.
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