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 Quais os prováveis impactos das medidas de seu segundo mandato? 

“As instituições são estranhas, são meras roupas e as roupas podem ser mudadas, se tornar ásperas, deixar de ser confortáveis, deixar de proteger os corpos do inverno, a enfermidade ou a morte”. -Mark Twain.

26/01/2025 às 11h03 Atualizada em 26/01/2025 às 11h30
Por: Wau MArquez
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Colunista Wau Marquez/Jornalista e Apresentador do canal Hortocas
Colunista Wau Marquez/Jornalista e Apresentador do canal Hortocas

 Quais os prováveis impactos das medidas de seu segundo mandato? 

Wau Marquez - colunista Hortonews
(Escritor ,jornalista, apresentador do Hortocast)

"As instituições são estranhas, são meras roupas e as roupas podem ser mudadas, se tornar ásperas, deixar de ser confortáveis, deixar de proteger os corpos do inverno, a enfermidade ou a morte".
-Mark Twain.

Donald Trump tomou posse na última segunda-feira (20/01) e prontamente assinou 46 ordens executivas. Entre os decretos mais polêmicos, estão a deportação de imigrantes ilegais; a retirada dos EUA do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS); e perdão aos criminosos que invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Trump também revogou decretos que promoviam a equidade racial, discriminação sexual e de gênero.

Vamos pensar sobre os dilemas que acompanham suas medidas e promessas de campanha. Começando com a deportação em massa de imigrantes.

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Os imigrantes desempenham um papel vital na economia americana. Além de uma crise humanitária, serão necessárias barreiras logísticas complexas, estruturas como instalações e campos temporários de detenção, a contratação de milhares de funcionários e agentes, a sobrecarga do sistema judiciário com novos tribunais de imigração para avaliar as deportações, o que geraria um custo de bilhões de dólares, já que a maior parte da mão de obra imigrante sustenta o mercado de trabalho em setores como construção civil, manufatura, agricultura, serviços assistência médica, com baixos salários e condições insalubres. Setores industriais, sem mão de obra disponível, interrompem operações em grande escala. A reação em cadeia é imediata, pois sem esses trabalhadores, os custos de produção aumentam, e diversos serviços e produtos vão se tornar mais caros, diminuindo o poder de compra das pessoas, e impostos federais, desacelerando a economia, acarretando recessão e inflação.

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A inflação norte-americana afeta o Brasil de várias formas. Os produtos importados ficam mais caros, e há o impacto dos juros e do câmbio. O governo americano, aumentando a taxa de juros para conter a inflação interna, se torna atrativo para o capital estrangeiro, e como resultado, o dólar se valoriza, e a nossa moeda tem o efeito contrário, afetando a bolsa de valores com a fuga de capital, e a tendência de queda. Neste cenário, a inflação e os juros altos têm reflexos na nossa taxa de juros e no Comércio Exterior, visto que a moeda americana é a base de boa parte dos produtos negociados.

 SETOR ENERGÉTICO 

Trump assinou o decreto para a saída dos EUA do Acordo de Paris, um pacto que incentiva os países, voluntariamente, a reduzir suas emissões de gases advindas de combustíveis fósseis, alegando prejuízo para a economia americana, misturado à descrença nas mudanças climáticas, revogando também políticas ambientais do governo anterior. Especialistas discordam. Com a saída do acordo, ao não investir em tecnologias de energia limpa, os EUA enfraquecem a participação de países concorrentes no tratado climático e correm o risco de ficarem atrasados tecnologicamente na corrida da transição energética, prejudicando a competitividade global a longo prazo, em comparação com países como a China, o país líder em energia solar, eólica e de carros elétricos. O próprio Elon Musk, agora membro do governo, dono da Tesla, investe no segmento de carros elétricos, enfim, perfure baby, perfure! Os chineses agradecem!

 OMS. 

Os EUA são os fundadores da OMS (Organização Mundial da Saúde), uma das agências da ONU. Entre as principais funções que a OMS promove estão a melhoria do acesso à saúde primária, treinamento de profissionais da saúde, aconselhamento de políticas de monitoramento de dados e informação sobre diversas doenças, e coordenação respostas às ameaças globais à saúde, como surtos de varíola, ebola e poliomielite, e presta assistência técnica a países mais vulneráveis, distribuindo vacinas, produtos e tratamentos. A agência é financiada pelos países membros, sendo os EUA o maior financiador.

 EXTREMISTAS 

O perdão presidencial aos condenados pela invasão, ataque e vandalismo ao Capitólio foi concedido no dia da posse. A violência praticada contra os policiais durante o ataque contrasta com o apoio tradicional dos eleitores republicanos às forças de segurança, já que tais eleitores são a favor da imposição da lei e da ordem pelos representantes fardados do Estado. 

A imprensa americana tem dado ênfase ao sentimento de impunidade nos familiares dos policiais feridos e mortos no ataque, além do que, a libertação dos condenados também traz à tona questões sobre Estado e Direito, como disse o analista Lourival Sant'Anna, em entrevista à CNN:

- O que essa mensagem traz é muito simples, é que nos Estados Unidos é permitido violar a lei desde que seja sob convocação do presidente.

Sobre o fim das políticas governamentais de raça e gênero, identitarismo, envolvendo narrativas e a "conspiração da tal agenda Woke", quero tratar com mais cuidado em um artigo específico, pois é um debate à parte.

 ECONOMIA 

Uma das promessas de campanha é aumentar as tarifas de importação, sobretudo nas relações comerciais com a China. Os EUA são os maiores importadores do planeta, um país muito dependente de produtos importados. Aumentando taxas e impostos sobre esses produtos, tornam esses bens de consumo mais caros, por sua vez, diminui o poder de compra dos consumidores. 

O protecionismo proposto pelo governo Trump pode representar um risco para o crescimento e o aumento da inflação, se houver uma retaliação dos países contra a política tarifária, e é sabido que a inflação derruba um presidente.

Acima de tudo, Trump é um personagem midiático, foi assim que ele construiu a sua reputação, quando estava à beira da falência empresarial. É o cara do espetáculo, o fanfarrão da costa Leste, e agora, o troll da economia da atenção digital. É por essas e outras que duvido que Trump esteja preocupado com pronomes e mudança de sexo. Certas bravatas servem para manter a sua base conservadora e reacionária inflada, incluindo os Vikings medievais de plantão. 

Ele não vai dizimar os milhões de postos de trabalho ocupados por imigrantes, no máximo vai deportar os que já estão presos e dificultar a entrada de outros, mas, como foi promessa de campanha, ele precisa sustentar a retórica até o limite. Lembram da primeira eleição, quando ele disse que ia invadir a Coreia do Norte? Terminou posando para foto, abraçado com o Kim Jong-un. Ontem mesmo, ele já declinou no tom sobre a guerra comercial com a China. Groenlândia, Canadá, canal do Panamá, não passam de pautas para seu Talk Show diretamente da Casa Branca.

No fundo, Trump sabe que a sua sobrevivência depende do desempenho do seu governo, sobretudo na economia, e tensionar o enredo teatral no primeiro ato faz parte da sua tática de negociação, está tudo lá, no livro de coach que ele lançou. Ele joga com a plateia, mas nos bastidores é outra história. 

Na geopolítica atual, não existe mais espaço para um novo Nero como imperador. Pois, se ele tocasse fogo em Roma amanhã, morreria no incêndio.

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Sobre o município
Hortolândia é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo. Localizado na Região Metropolitana de Campinas, a cerca de 110 km da capital do estado. Ocupa uma área de 62,224 km², sendo que 24,5341 km² estão em perímetro urbano e os 37,7 km² restantes constituem a zona rural. De acordo com o Censo 2022, a cidade tem 236.641 habitantes.
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