A incerteza fiscal continua a impactar os ativos brasileiros, influenciando as projeções sobre a política monetária do país para o próximo ano. Em meio à baixa confiança dos agentes de mercado, as taxas de juros futuros indicam uma probabilidade de 70% de o Copom aumentar a taxa básica de juros, atualmente em 12,25% ao ano, em 1,5 ponto percentual na próxima reunião de janeiro, contra 30% de chance de um aumento de 1,25 ponto.
Economistas preveem uma Selic mais alta em 2025. Analistas do Itaú BBA projetam que a taxa pode chegar a 15% ao ano, com dois aumentos de 100 pontos-base e um ajuste final de 75 pontos-base em maio de 2025. As previsões do Copom e os dados do boletim Focus apontam uma inflação de 4,0% a 4,5% para 2024 e 2025, acima da meta do Banco Central.
A ata da última reunião do Copom indicou uma postura unânime e conservadora, justificando o aumento de 100 pontos-base na Selic e prevendo mais dois aumentos semelhantes, salvo mudanças significativas no cenário inflacionário. O Copom também elevou a estimativa da taxa neutra de juros de 4,75% para 5% ao ano.
Os economistas destacam riscos, como a persistente desancoragem das expectativas de inflação, a resistência da inflação de serviços e os impactos das políticas econômicas internas e externas. Por outro lado, uma desaceleração maior que a esperada na economia global e os efeitos das políticas monetárias sincronizadas podem reduzir a inflação global.
De acordo com o relatório do JPMorgan, a inflação de alimentos, a depreciação cambial e a inflação de serviços devem acelerar o núcleo da inflação no primeiro trimestre de 2024. O banco prevê um aumento de 100 pontos-base na Selic em janeiro, seguido por ajustes adicionais, elevando a taxa para 15,25%.
Além disso, o relatório do JPMorgan aponta um conflito entre as políticas fiscal e monetária no Brasil. Enquanto o Banco Central aumenta os juros para controlar a inflação, o crescimento do crédito e a política fiscal expansionista impulsionam a demanda agregada e o crescimento do PIB acima do potencial.
A situação econômica exige que o Copom mantenha uma postura firme para consolidar a credibilidade em um ambiente macroeconômico desafiador.
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