Os resultados na aprendizagem dos alunos nas atividades pedagógicas aplicadas na sala de aula provém de um bom planejamento alinhado com o esforço do professor em ensinar cada conteúdo. Por isso, a autoavaliação se torna essencial na área da educação, pois por meio dela estabelece melhorias e aperfeiçoamento no trabalho do professor para que a aprendizagem do aluno aconteça.
Miriam Porto é mestre em História, pedagoga especializada em Gestão Escolar e Psicologia Educacional, fundadora da OE (Orienta e Educa). Com mais de 30 anos de experiência na área da educação, ela esclarece que as escolas necessitam pensar melhor no momento de fazer essa análise com os professores levando em consideração diferentes fatores, por exemplo, o autoconhecimento. “No geral, as escolas se consideram experts em avaliar, o que é uma ‘meia verdade’. E precisamos refletir mais sobre essa questão. É essencial incentivar alunos e educadores a refletirem sobre as suas conquistas e desafios do ano letivo, promovendo o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. Sabemos que muitos professores se sentem vulneráveis quando são avaliados pelo trabalho que realizam devido ao excesso de trabalho e a todo tipo de pressão por bons resultados”, disse.
A coordenação pedagógica também deve ter um olhar diferenciado de ajuda para o estudante, contribuindo para que ele consiga superar desafios e romper obstáculos, como esclarece Porto. “Quanto aos estudantes, ajudá-los a entrar em contato com avanços e dificuldades e relacionar esses resultados com o quanto eles se dedicaram aos estudos é fundamental para amadurecerem e se organizem ou reorganizem para o próximo ano letivo. O autoconhecimento, acompanhado de autoestima e autoconfiança, contribuem muito para a autonomia responsável e o comprometimento de desempenhar bem o seu papel, seja de professor, ou seja, de aluno”, relata.
No último semestre, os professores se deparam com exaustão, mesmo com habilidades práticas no bom gerenciamento e organização do seu trabalho para que o aluno tenha um bom desempenho na aprendizagem. Porto relata sobre a pressão nesse período do ano para o professor. “Último trimestre é a pressão para aprovar os alunos. Estamos a pouco mais de um mês para encerrarmos o ano letivo. Cansaço define a maioria dos professores assoberbados com o encerramento das apostilas, preparo e correção de atividades avaliativas e o processo de recuperação. Mas, não bastasse a sobrecarga, há a pressão para apresentarem resultados; até aí tudo bem, se a preocupação fosse com o aprendizado dos estudantes. No geral, a prioridade é ‘não perder alunos’. Sabemos que a escola privada é pressionada no período de matrículas e rematrículas. Muitas famílias optam por trocar os filhos de escola quando há retenção”, disse.
A gestão escolar deve contribuir com o professor, incentivando-o a realizar um excelente trabalho, principalmente nas fases decisivas em que eles precisam apresentar os resultados de todo o trabalho planejado após a autoavaliação. “Entretanto, parece-me importante que gestores compreendam que os bons resultados costumam ser consequência de um trabalho pedagógico desenvolvido com qualidade, que começa com a proposta pedagógica da escola e deve ser acompanhado de perto pela equipe, tanto a Coordenação quanto a Orientação Educacional. A pressão acaba desviando o foco dos professores, que a essa altura, exaustos, se tornam menos produtivos. Ao invés da pressão, as escolas devem dar condições, acolher e motivar. Os resultados serão, com certeza, melhores!”, finaliza.
Mín. 18° Máx. 30°