Nos anos iniciais da alfabetização, é comum a criança apresentar algumas dificuldades na aprendizagem das letras, um obstáculo que reflete na leitura e na escrita. O contato com o novo no ambiente escolar e as novas experiências que a criança passa a ter na sala de aula fazem parte do crescimento dela e ela aprende com o tempo a superar os desafios que, de uma forma natural, sempre surgirão em cada fase escolar de um estudante.
Entretanto, algumas crianças, para progredirem nos seus estudos, requerem uma atenção maior dos pais e do professor. Pois, essas dificuldades podem estar relacionadas com transtorno de aprendizagem, com a criança tendo que ser acompanhada por um especialista nesse tipo de dificuldade.
A pedagoga Karina Honorato, formada no Centro Universitário de Jales (UNIJALES) há cinco anos, atende crianças com transtorno de aprendizagem e explica quais são os tipos desse distúrbio. “Disortografia, disgrafia, discalculia e dislexia. Esses são os diagnósticos mais comuns, mas nem sempre a criança (aluno) tem esses diagnósticos”, esclarece.
Um ambiente de estudo adequado ajuda no desempenho da criança. A qualidade do ambiente em que ela estuda contribui com o seu rendimento, sendo necessário um local confortável e tranquilo. Honorato esclarece a importância de organizar o ambiente de estudo. “Às vezes, a dificuldade está no ambiente de casa ou escola. Evite que a criança fique no celular na hora das tarefas escolares ou assistindo TV. Isso não deixa a criança ficar atenta ao seu dever escolar. Ter disciplina alimentar também ajuda na concentração”, relata.
Ela também relata que a criança na fase de aprendizagem passa por momentos de novas descobertas. Por isso, a dificuldade que o aluno enfrenta na sala de aula é comum por se tratar de uma fase natural nos estudos e o professor deve entender que nem sempre a dificuldade em aprender algo novo está relacionada com o transtorno de aprendizagem. “É muito natural a criança apresentar dificuldades nos anos iniciais da fase de aprendizagem, também conhecida como alfabetização. Cada aluno tem o seu tempo de aprender. É difícil para o aluno aprender um sistema de apresentação que é bastante abstrato quando se trata de representar os sons da fala em grafias. É necessário que o professor entenda esse processo. Nem sempre está relacionado com transtorno de aprendizagem”, esclarece.
Como a criança com laudo recebe o apoio do profissional especialista em transtorno de aprendizagem, não é a mesma de uma criança que também apresenta dificuldade em aprender, mas sem laudo por ser apenas uma fase comum de dificuldade e que acontece com qualquer aluno. Honorato relata como o trabalho do especialista em transtorno de aprendizagem é realizado em cada uma delas. “Os cuidados de um aluno que recebe um laudo com transtorno de aprendizagem é diferente sim. Com cuidado e ética, o professor vai trabalhando com essa criança dando um suporte especial. Já a criança que tem dificuldade comum em aprender é normal por cada criança ter o seu tempo para aprender. O melhor a fazer é jogos lúdicos, pois ajuda nas habilidades em geral”, explica.
A pandemia prejudicou o desempenho na aprendizagem de muitos alunos. Honorato relata como os pais podem ajudar os filhos a recuperarem o atraso na aprendizagem. “Muita gente, durante a pandemia, acabou abandonando a educação. Sim, ficaram sequelas. Imagine dois anos de pandemia, dois anos sem ir à escola. Uns alunos com seis anos vão estar alfabetizados aos oito anos. Essa questão de perda de capacidade de aprendizado é grave. Mas hoje os pais podem dar apoio em casa ou com um professor particular, com as crianças frequentando a escola todos os dias. Integração, família e escola, além do uso de ferramentas digitais”, finaliza.
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