O Dia Nacional do Doador de Órgãos, celebrado nesta sexta-feira (27), visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e incentiva a conversa com familiares e amigos sobre o assunto. O Governo de São Paulo promoveu diversas ações para incentivar a doação de órgãos e tecidos no estado.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) aumentou em 80% os valores pagos pela Tabela SUS Paulista para sete procedimentos relacionados à captação de órgãos para transplantes. Outra estratégia lançada é o programa TransplantAR Aviação Solidária, que utilizará aeronaves privadas para o transporte gratuito de órgãos destinados a transplantes. A iniciativa inédita vai beneficiar milhares de pessoas ao dar agilidade na logística de captação de órgãos e ampliar a chance de sucesso nos procedimentos.
O programa da SES e do Instituto Brasileiro de Aviação (IBA) não acarretará custos aos cofres públicos e utilizará aeronaves privadas, que frequentemente permanecem paradas em hangares, para realizar os deslocamentos. Os proprietários dos veículos aéreos podem doar horas de voo para o programa e serão selecionados pelo IBA.
No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), foi inaugurado o Centro de Transplantes de Medula Óssea, que permite que o hospital passe a realizar este tipo de transplante. O investimento do Governo de SP no equipamento foi de R$ 7,5 milhões. Agora, é possível realizar, aproximadamente, 100 transplantes por ano, sem a necessidade de deslocamento para outra unidade de atendimento.
Para dar ainda mais transparência na fila do transplante, o programa de Saúde Digital da Secretaria de Estado da Saúde, lançou uma ferramenta dentro do aplicativo do Poupatempo para que os pacientes possam acompanhar de forma intuitiva e prática o andamento de seu cadastro e atualizações da fila de transplantes. O Governo de SP também está realizando uma campanha institucional para orientar as pessoas quando a necessidade de ser doador e conversar com seus familiares sobre o assunto.
Outra iniciativa que pode auxiliar no processo de doação de órgãos, é a manifestação do desejo de ser doador após a morte na Carteira de Identidade Nacional (CIN). O documento permite que o cidadão registre sua vontade, auxiliando na informação dos familiares, sendo os responsáveis em autorizar a doação. A emissão da 1ª e 2ª via do documento pode ser feita nos postos do Poupa tempo do estado, por meio de agendamento no site www.poupatempo.sp.gov.br . O desejo de ser doador deve ser manifesto durante o atendimento.
A Central de Transplantes do Estado de São Paulo registrou um aumento de 5% no volume de transplantes de órgãos e tecidos em 2023 em relação ao ano anterior, passando de 8.176 para 8.597 transplantes. Até agosto deste ano, foram realizados 5.566 transplantes, sendo: 79 para coração; 431 para fígado; nove para pâncreas; 27 para pulmão; 380 para rins; 1.029 para pâncreas/rim; e 3.784 para córneas.
Milton de Freitas Silva, de 51 anos, ganhou uma nova chance de estar ao lado dos quatro filhos após realizar um transplante de coração em junho de 2023. O aposentado vivia entre idas e vindas ao hospital por conta de uma insuficiência cardíaca com um quadro classificado como doença idiopática, condição surgida espontaneamente ou que não se sabe a causa do problema de saúde.
Foram oito meses na fila do transplante até a notificação de que teria um coração disponível. “Estava sozinho e imediatamente liguei para minha esposa para contar. Não conseguia acreditar, fiquei paralisado, receoso sem saber se daria certo. Só acreditei quando acordei da cirurgia e a primeira coisa que perguntei foi ‘Fizeram o transplante?'”.
“Hoje eu posso cuidar dos meus filhos, da minha esposa, faço de tudo, de forma moderada. Vivo maravilhosamente bem. Hoje me sinto um rapaz de 30 anos. Mas o melhor de tudo, sem dúvidas, foi pegar minhas crianças no colo, que antes eu não podia e só os via a cada 15 dias quando estava internado”, comemora Milton.
Após o sucesso do transplante, Milton agradece a família dos doadores e reforça que a doação pode salvar vidas. “Acredito que deveria ter mais incentivo para a doação, sei que não é fácil para os familiares, mas é um gesto que salva tantas pessoas. À família do meu doador, eu só tenho a agradecer, pois hoje me considero um milionário. Ganhei um coração novo e uma nova vida”.
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