O crime aconteceu em setembro de 2022, e a decisão judicial foi proferida após dois anos de processo no judiciário.
Dois indivíduos envolvidos no crime foram inocentados por falta de evidências. Jonas Lucas, ganhador da Mega-Sena, com um prêmio de R$ 47,1 milhões na loteria em 2020, permanecia residindo em sua moradia no Jardim Rosolém, em Hortolândia, e seguia com sua rotina sem grandes mudanças.
No dia 13 de setembro de 2022, ele foi sequestrado e permaneceu em cárcere por aproximadamente 20 horas. Sofreu agressões físicas e foi deixado na Rodovia dos Bandeirantes, nas proximidades do entroncamento com a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101).
Severamente enfraquecido pelos ataques e exposição ao frio, devido à chuva que caíra naquele momento, Jonas Lucas foi conduzido ao Hospital Municipal Mário Covas, porém não sobreviveu e veio a óbito horas mais tarde.
A equipe da Polícia Civil de Piracicaba identificou cinco suspeitos: R. S, de 48 anos, S. M. P. B, uma mulher trans conhecida como Rebeca; Roberto Jefferson da Silva; Marcos Vinicius Ferreira da Silva e Marcos Vinicyus Sales de Oliveira.
Roberto Jefferson foi sentenciado a cumprir 28 anos de prisão em regime fechado por cometer extorsão mediante sequestro. No veredicto, o magistrado Christiano Rodrigo Gomes de Freitas, da 2ª Vara Cível de Hortolândia, ponderou que Roberto já estava envolvido em atividades fraudulentas relacionadas a bancos e finanças.
Ele se aproximava de indivíduos que viviam nas ruas e de dependentes químicos, solicitando suas identificações pessoais com a promessa de auxiliá-los a obter benefícios sociais. Contudo, as informações eram utilizadas de maneira fraudulenta.
Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, foi sentenciado por extorsão mediante sequestro e recebeu uma pena aumentada: 30 anos em regime fechado. A Polícia Civil identificou que ele foi o responsável pelo planejamento do crime, uma vez que estava ciente de que Jonas Lucas havia sido premiado na Mega-Sena e continuava com seu estilo de vida anterior.
Conforme as apurações, ele foi identificado como o responsável por manipular o cartão bancário da vítima, utilizando a senha para ativar um aplicativo e realizar duas retiradas e uma transferência totalizando R$ 20,6 mil. Na decisão judicial, o juiz destacou a importância do réu no planejamento e execução do delito. Marcos Vinícius Ferreira da Silva foi sentenciado a 28 anos de detenção em regime fechado por extorsão mediante sequestro.
Ele era a pessoa responsável pelo veículo que foi utilizado no sequestro de Jonas Lucas, além de tê-lo mantido em cativeiro. Conforme a determinação judicial, ele foi o responsável por conseguir as informações bancárias e forçar Jonas a entrar em contato com o gerente da conta para fazer transferências de valores.
Foi Rebeca que disponibilizou os papéis necessários para a abertura da conta bancária destinada à transferência do valor obtido com o prêmio da loteria. No entanto, segundo a sentença judicial, ela não tinha conhecimento de que o propósito era utilizar a conta registrada em seu nome para receber o dinheiro do resgate.
Dessa forma, ela foi considerada inocente. R.S. foi alegadamente utilizado por Roberto para se aproximar dos moradores de rua e usuários de substâncias ilícitas com o intuito de adquirir documentos pessoais, não possuindo qualquer ligação direta com o incidente. Ele também foi considerado inocente.
Ambos, que foram detidos durante a investigação, já foram liberados e estão em liberdade após receberem alvarás de soltura. Os cinco acusados também foram inocentados da acusação de participação em organização criminosa, feita pelo Ministério Público.
Conforme determinação do magistrado da 2ª Vara Cível de Hortolândia, não foram encontradas evidências adequadas para embasar uma sentença condenatória. A advogada Gabrieli Martimbianco, responsável pela defesa de Marcos Vinicyus, afirmou que irá recorrer da decisão.
A justificativa apresentada pela advogada é que a morte de Jonas Lucas ocorreu devido à ausência de cuidados médicos apropriados, sendo que o réu não pode ser responsabilizado por isso.
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