No estado de São Paulo, de janeiro a junho deste ano, foram registrados pelo Governo 44 Autos de Infração Ambiental relacionados à atividade de soltar balões. As penalidades aplicadas por essa prática ultrapassam R$ 1 milhão. Essas informações foram divulgadas pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Hoje, segunda-feira (22), a interrupção de um balão no bairro de Aricanduva, na parte leste de São Paulo, resultou em cortes de energia em residências próximas depois que o objeto atingiu os cabos elétricos. Uma motocicleta acabou ficando presa nos fios, porém não houve relatos de feridos.
Na sexta-feira passada, as equipes da Polícia Militar Ambiental fecharam 12 fábricas ilegais de balões durante a Operação Guardião das Matas. No decorrer do ano, um total de 35 balões foram apreendidos pela polícia ambiental no estado.
Em 2024, houve um aumento significativo nos casos de incêndios provocados por balões caídos em São Paulo. O Corpo de Bombeiros registrou 15 ocorrências entre janeiro e julho, o que representa um aumento em relação aos cinco casos atendidos no mesmo período do ano anterior.
Desta forma, apenas nos seis primeiros meses deste ano, o total de incêndios provocados por balões praticamente se equiparou ao de todo o ano de 2023, quando 16 incidentes foram documentados pelas autoridades.
Soltura de balão gera riscos à população e ao meio ambiente
Os globos aerostáticos são fabricados com um material combustível e, por isso, ao caírem, podem desencadear incêndios de grandes dimensões em áreas florestais, residências e construções.
Desde o ano de 1998, a ação passou a ser caracterizada como ilícito, conforme o disposto na Lei nº 9.605, com sanção de 1 a 3 anos de detenção, ou multa de, no mínimo, R$ 10 mil.
Segundo o delegado João Blasi, responsável pela Divisão de Investigações sobre Crimes Ambientais, a Polícia Civil já conduziu inúmeras ações para combater esse tipo de crime, que costuma crescer durante os meses de junho e julho, devido às festividades em honra a São João.
"Para quem libera, não há noção das possíveis ramificações desse ato", destaca, ao mencionar os perigos contínuos que representa para a aviação. "Pense na situação em que o piloto está decolando e se depara inesperadamente com um objeto assim. Torna-se um cenário de extrema tensão".
Operação SP Sem Fogo
Desde o mês de junho, o Programa de Prevenção de Incêndios SP Sem Fogo, realizado pelo Governo de São Paulo, encontra-se em sua etapa de maior atenção, conhecida como fase vermelha. Durante esse período, as atividades de prevenção e combate a incêndios florestais, incluindo a fiscalização e repressão à prática de soltar balões, são intensificadas. Essas ações são reforçadas especialmente devido ao aumento do risco de incêndios causado pelo clima mais seco, que se estende até outubro.
A parceria é realizada entre a Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), que faz parte das Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), juntamente com a Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. O projeto também recebe apoio e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, CETESB, DER, FF e SAA.
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