A Polícia Civil de Campinas não encontrou indícios de abuso sexual em um bebê de oito meses que faleceu após receber tratamento no Hospital Ouro Verde, na madrugada desta terça-feira (5). A causa do óbito foi determinada como traumatismo craniano, e o padrasto do bebê, de 24 anos, permanece preso. A mãe também está sob investigação por suspeita de maus-tratos. O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
De acordo com o relato prestado à polícia pela mãe da criança, ela foi acordada pelo companheiro, que informou que o bebê não estava respirando. Embora ela tenha mencionado que já havia notado um comportamento estranho do parceiro anteriormente, nunca suspeitou do que estava acontecendo.
A mãe explicou que costumava deixar seu filho aos cuidados do padrasto, que estava desempregado, enquanto ela trabalhava durante o dia. Na noite em questão, ao retornar por volta das 22h30, encontrou seu bebê dormindo tranquilamente no berço, com a respiração normal e vestido com roupas e fraldas. Devido ao cansaço, ela jantou e logo foi dormir.
O padrasto relatou que, por volta das 18h da segunda-feira, ele retirou o bebê do berço e o colocou na cama para lavar a louça. Pouco depois, ouviu um forte barulho, indicando que a criança havia caído e batido a cabeça no chão. Ele pegou o bebê, que estava chorando, acalmou-o e o colocou de volta para dormir antes das 19h, com o intuito de não preocupar a companheira.
Na manhã desta terça, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi acionado, e o bebê foi levado ao Hospital Ouro Verde, apresentando hematomas e sinais de possível abuso. Embora tenha recebido tratamento inicial, o bebê não resistiu e faleceu na unidade hospitalar.
Posteriormente, tanto a mãe quanto o companheiro foram conduzidos à delegacia. Durante o interrogatório inicial, o padrasto admitiu ter mordido a criança como parte de uma brincadeira, porém, as lesões no bebê não eram compatíveis com uma simples brincadeira, conforme informado pela Polícia Civil.
Segundo o boletim de ocorrência, a violência sexual inicialmente suspeita pela equipe médica do Hospital Ouro Verde não foi confirmada no exame pericial oficial, sendo interpretada como relaxamento normal da musculatura em casos de morte violenta (atonia muscular).
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Campinas preliminarmente descartou qualquer indício de abuso sexual no bebê de 8 meses. Contudo, as investigações da Polícia Civil se concentram em maus-tratos que resultaram na morte da criança, levando à prisão em flagrante do padrasto, enquanto a mãe será investigada por eventuais maus-tratos anteriores.
Lesões adicionais foram encontradas no corpo da criança, sugerindo maus-tratos recorrentes, com uma marca de mordida na região abdominal.
O caso foi registrado como maus-tratos seguidos de morte, e o padrasto aguarda audiência de custódia, enquanto a mãe está sob investigação das autoridades.
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